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Publicado por em ago 30, 2022 em Artigos, Críticas, Festival de Gramado |

Balanço do 50º Festival de Cinema de Gramado, por Barbara Demerov

Balanço do 50º Festival de Cinema de Gramado, por Barbara Demerov

Na noite de premiação, realizada no último sábado (20), a comoção com os filmes Noites Alienígenas e Marte Um era palpável. São grandes histórias sobre um Brasil que, até os últimos anos, não ganhavam tanta atenção das câmeras e, quando isso acontecia, não conquistavam espaço nas salas de cinema. Felizmente, o cenário no cinema brasileiro contemporâneo agora está se transformando constantemente. Em Gramado, quem diria que um filme acreano sobre a chegada das facções criminais de São Paulo na Amazônia receberia cinco Kikitos, incluindo de melhor filme e melhor filme pelo Júri da Crítica? Pois isso aconteceu. E foi o mesmo com Marte Um, que conquistou a todos logo em sua primeira noite de exibição, colecionando lágrimas e aplausos infindáveis. A família fictícia Martins, apresentada na periferia de Contagem, Minas Gerais, foi a responsável pela comoção. Três Kikitos (melhor roteiro, melhor filme pelo Júri Popular e Prêmio Especial do Júri) foram entregues como resultado. Os vencedores de Gramado em 2022 – o que inclui, ainda, o curta-metragem Fantasma Neon,...

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Publicado por em ago 30, 2022 em Artigos, Críticas, Festival de Gramado |

Fantasma Neon: um filme sobre pessoas invisíveis, mas essenciais, por Barbara Demerov

Fantasma Neon: um filme sobre pessoas invisíveis, mas essenciais, por Barbara Demerov

“Fantasma Neon”, divulgação. O curta-metragem Fantasma Neon, de Leonardo Martinelli, venceu cinco Kikitos no 50º Festival de Gramado, incluindo de melhor curta brasileiro e o prêmio do Júri da Crítica. Com poucas palavras e muitas imagens que falam por si só, este é um filme sobre pessoas invisíveis e, ao mesmo tempo, essenciais para o andamento do cotidiano de grandes cidades. João (Dennis Pinheiro) trabalha como entregador de comida por aplicativo no centro do Rio de Janeiro. Enquanto sonha em trocar sua bicicleta por uma motocicleta, a fim de garantir mais efetividade no trabalho, ele enfrenta a precariedade do serviço e clientes mal educados. O gênero musical – algo que surpreende de início, mas é muito bem inserido pelo diretor – se colide com a severidade do dia a dia do protagonista. Além disso, é um elemento essencial para que o espectador preste atenção em cada movimento e olhar registrado pela câmera. A trilha sonora e os sons ao redor de João compõem uma rotina instável, que depende de...

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Publicado por em ago 30, 2022 em Artigos, Críticas, Festival de Gramado |

Banquete no país da fome, por Adriana Androvandi

Banquete no país da fome, por Adriana Androvandi

Cena de “Clube dos Anjos”. Crédito da imagem: Dezenove Som e Imagens, divulgação. Na noite do sábado, 13 de agosto, foi exibido no Palácio dos Festivais Clube dos Anjos, em competição na categoria de longa-metragem brasileiro. Trata-se de uma adaptação do livro do gaúcho Luiz Fernando Verissimo, lançado em 1998. O livro fez parte da Coleção Plenos Pecados, uma série composta por sete livros de sete autores diferentes, cada um sobre um pecado capital. O de Verissimo aborda a gula. A sinopse anuncia que se verá uma confraria de velhos amigos, com laços de amizade remendados num nababesco banquete proporcionado por um misterioso cozinheiro. Após o jantar, um deles amanhece morto. O filme começa com o personagem de Otávio Muller falando para uma câmera, se autogravando ao fazer uma confissão. Ele vai narrando a cronologia dos fatos e levantando suspeitas. O morto teria sido envenenado? E os demais, retornaram a um novo jantar? “Clube dos Anjos” tem uma produção e atuações primorosas, mas nem todos embarcaram na proposta do...

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Publicado por em ago 29, 2022 em Artigos, Festival de Gramado |

Diário de Gramado, por Paulo Casa Nova

Diário de Gramado, por Paulo Casa Nova

Conversa de CasaDiário de Gramado – Dia 12/08/2022 – Primeiro DiaCena Exterior – Noite – Rua Coberta – Gramado/RS A edição de número cinquenta do Festival de Cinema de Gramado irá começar às 18 horas em ponto! Era o prometido… Mas, num tom normal, o atraso de quarenta minutos causado pelo coquetel das autoridades causou confusão e indignação no público em geral. Explico: após a entrega de troféus entre as próprias autoridades, o esforço demasiado exigiu reposição de forças no tal coquetel que, por sua vez, como numa queda de dominós, atrasou o começo das exibições do primeiro dia. Normal. Normal também foi a habitual truculência dos seguranças que exigiam os convites, crachás, furos nos convites e pulseiras para os jornalistas. Depois da quarta tentativa de me barrar, ao me perguntar se eu tinha pulseira ou não, respondi que tinha trazido meus exames de sangue! Explicação necessária: quando acordei, na manhã da sexta-feira, eu tinha certo um compromisso com a van que, do aeroporto, me levaria até o centro...

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Publicado por em jan 25, 2022 em Artigos |

Crítica: Deserto Particular

Crítica: Deserto Particular

por Rodrigo de Oliveira Aly Muritiba tem conseguido algo no cinema brasileiro que é bastante difícil: constância. O cineasta parece não sair dos sets de filmagem, lançando séries e filmes com periodicidade invejável. Só em 2021, quem é ligado em festivais pode assistir a dois trabalhos do diretor baiano, radicado em Curitiba: Jesus Kid, premiado no Festival de Cinema de Gramado, e Deserto Particular, na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. A boa notícia é que a produtividade não tem sido inimiga da qualidade. Pelo contrário. Deserto Particular, o mais recente trabalho, escolhido como o representante do Brasil no Oscar 2022, é seu longa-metragem mais maduro. Ao dividir a trama a partir dos pontos de vista do platônico casal principal, Muritiba e seu coroteirista Henrique dos Santos nos convidam para uma jornada intensa, amorosa e emocionante – mas, claro, com seus percalços. O texto traz spoilers. Na trama, conhecemos Daniel (Antonio Saboia), um policial curitibano que está suspenso por um grave erro que cometeu. Ele cuida do pai idoso (Luthero Almeida) e precisa voltar...

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Publicado por em jan 25, 2022 em Artigos |

Crítica: Eu não sou um robô

por Rodrigo de Oliveira Eu Não Sou um Robô é tão criativo quanto divertido, embora não esqueça de colocar o dedo na ferida na questão do isolamento social e na solidão. Dirigido por Gabriela Lamas (do ótimo e premiado Sesmaria, 2015), o curta tem roteiro assinado a seis mãos (Lamas, Felipe Yurgel e Maurilio Almeida) e com uma ajudinha de amigos, que enviaram áudios no WhatsApp para ajudar em alguns diálogos. Concebido durante a pandemia, o curta teve muitas reuniões virtuais e a gravação em si foi realizada com apenas três pessoas: a diretora e roteirista Gabriela Lamas (que vive a protagonista), o produtor e roteirista Maurilio Almeida (que interpreta a Mosca) e a diretora de fotografia Lívia Pasqual. Incrível que de um grupo tão pequeno possa ter saído um filme tão redondo. Na trama, a protagonista falha ao tentar passar nos testes ReCAPTCHA na internet e tenta se convencer de que não é um robô. Na cozinha, ela encontra uma mosca e começa a trocar uma ideia com...

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