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Publicado por em maio 8, 2023 em Artigos |

A Terceira Guerra Mundial, por Paulo Casa Nova

A Terceira Guerra Mundial, por Paulo Casa Nova

A Terceira Guerra Mundial (Irã, 2022), direção de Houman Seyyedi O Clube de Cinema de Porto Alegre recebeu um presente especial do João Pedro dos Santos Fleck e do Nicolas Tonsho, leia-se Fantaspoa Produções: uma sessão especial e exclusiva em nossa homenagem. Ex-presidente e ex-diretor do Clube, a turma do Fantaspoa surgiu do Clube de Cinema e hoje está maior de idade, com um festival de importância continental. Viva o Fantaspoa! O filme iraniano de 2022, premiado na mostra “Horizontes” no Festival de Veneza, foi exibido em sessão de sábado de manhã para mais de trinta assistentes. O filme gerou controvérsia em função, creio, de sua deliberada estranheza; trata-se de uma trama que passeia entre o drama e a comédia absurda com a desfaçatez de um espírito totalmente livre. Com elementos neorrealistas mesclados a elementos da comédia absurda, nós apreciamos a luta do protagonista Shakib para se recuperar das mazelas terríveis que lhe abateram corpo, mente e alma. Ele era um trabalhador próspero até que um terremoto lhe roubou...

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Publicado por em dez 1, 2022 em Artigos, Destaque, Em destaque |

III Festival Cinema Negro em Ação destaca a potência da mulher e a força do ativismo

III Festival Cinema Negro em Ação destaca a potência da mulher e a força do ativismo

Por Danilo Fantinel, presidente da Accirs A terceira edição do Festival Cinema Negro em Ação ocorreu em Porto Alegre entre 20 e 27 de novembro de 2022, durante a Semana da Consciência Negra no Brasil. O período é marcado justamente pelo 20 de novembro, o Dia da Consciência Negra idealizado pelo professor, escritor e poeta gaúcho Oliveira Silveira, um dos fundadores do Grupo Palmares. Cena do videoclipe Chorar, dirigido por Juliana Segóvia. Neste ano, o festival reuniu 39 produções de novos cineastas brasileiros, incluindo ficções, documentários e filmes híbridos em longa e curta-metragem, bem como videoarte e videoclipes. As exibições ocorreram na Cinemateca Paulo Amorim, na grade de programação da TVE-RS e na plataforma Cultura em Casa. Entre os destaques estiveram Marte Um, de Gabriel Martins, longa premiado no Festival de Cinema de Gramado (e indicado brasileiro a disputar o Oscar de filme estrangeiro) e justamente Oliveira Silveira, o Poeta da Consciência Negra, de Camila de Moraes. O homenageado desta edição foi o ator Antonio Pitanga. Todos os premiados...

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Publicado por em set 1, 2022 em Críticas, Festival de Gramado |

Afeto e diversidade no novo cinema brasileiro, por Luiz Carlos Merten

Afeto e diversidade no novo cinema brasileiro, por Luiz Carlos Merten

Noites Alienígenas, de de Sérgio de Carvalho – Divulgação. Havia dois grandes filmes na competição brasileira do 50º Festival de Gramado. Jubileu de ouro – 50 anos! Um desses filmes veio do Acre e, para muita gente, Gramado 50 marcou a descoberta dessa cinematografia ainda pouco conhecida, mas potente. Noites Alienígenas, de Sérgio de Carvalho, baseado no romance do próprio diretor, venceu os Kikitos do júri oficial e da crítica. O outro destaque dessa edição foi o longa mineiro, de Contagem, Marte Um, de Gabriel Martins, que venceu o prêmio do público. Havia um filme belíssimo na Mostra Gaúcha, Cinco Casas, e já é mais do que tempo de Gramado começar a discutir uma reserva de mercado da produção regional em Gramado. O longa de Bruno Gularte Barreto poderia estar muito bem na competição principal. Na mostra estrangeira, brilhou o uruguaio 9, da dupla Martín Barrenechea/Nicolás Branca. Gramado orgulha-se de ser o festival mais longevo do país que nunca sofreu descontinuidade. Em suas diferente seções, espelhou a diversidade da...

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Publicado por em ago 30, 2022 em Artigos, Críticas, Festival de Gramado |

9: um filme sobre futebol sem futebol, de Victor Hugo Furtado

9: um filme sobre futebol sem futebol, de Victor Hugo Furtado

“9”, divulgação. Nos últimos anos, o futebol de alto nível, como qualquer outro esporte em sua potência máxima, vem demandando absurda concentração de seus adeptos. Muito por conta desse processo, a vida da maioria dos jogadores se divide entre trabalho e lazer, pura e simplesmente. Nesse preto e branco, raramente surgem zonas cinzas como Diego Maradona, Sócrates, Carlos Caszely e Éric Cantona. Em comum, esses e poucos outros não desperdiçam as portas que a riqueza lhes abre, mas utilizam de suas idolatrias para tratar de temas sociais, como preconceito e opressão política, por exemplo. Entretanto, ainda mais recentemente, uma outra “militância” tem se incorporado no imaginário esportivo. Figuras como Simone Biles, da ginástica olímpica, ou o próprio Neymar, da seleção brasileira de futebol, alegam exaustão e falta de opções próprias. Um dos mais celebrados longas do 50° Festival de Cinema de Gramado mergulha nessa temática. Exibido também em Mar del Plata, o poético 9 (2021) é um filme de futebol que não possui futebol, de fato, em sua narrativa...

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Publicado por em ago 30, 2022 em Artigos, Críticas, Festival de Gramado |

O poder da reconstrução da memória no Gauchão do Festival 50º Festival de Cinema de Gramado, por Maria Caú

O poder da reconstrução da memória no Gauchão do Festival 50º Festival de Cinema de Gramado, por Maria Caú

A seleção da competitiva de curtas-metragens gaúchos do Festival de Gramado, apelidada carinhosamente de “o Gauchão”, teve como destaque nesta 50ª edição os filmes de não ficção. Muito embora a seleção equilibrasse documentários e ficção (dos dezessete filmes selecionados, nove eram obras de não ficção, contra oito ficções), os documentários se revelaram mais potentes, apresentando propostas estéticas e narrativas mais ousadas. Quem acompanha os festivais nacionais tem notado há algum tempo que o documentário nacional, ao lado dos filmes de gênero híbrido, que caminham na linha tênue entre o documentário e a ficção, vem afirmando sua capacidade de reinvenção constante. Talvez porque hoje em dia, num Brasil de extremos, a necessidade de investigar o real se faz premente, assim como o desejo de resgatar a memória e revisitar o passado para compreender um presente opressor e imaginar futuros possíveis. Desse modo, o documentário surge como o caminho fértil que jovens cineastas escolhem trilhar para ajudar a reconstruir o cenário em ruínas da arte independe brasileira. E o que é...

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Publicado por em ago 30, 2022 em Artigos, Críticas, Festival de Gramado |

Filmes que conquistaram o 50º Festival de Cinema de Gramado conferem face humana a tristes realidades brasileiras, por Carlos Helí de Almeida

Filmes que conquistaram o 50º Festival de Cinema de Gramado conferem face humana a tristes realidades brasileiras, por Carlos Helí de Almeida

“Tem coisas no Brasil que a gente não sabe se é para rir ou chorar”, reagiu Gabriel Martins, diretor de Marte Um, vencedor do prêmio especial do júri e do voto popular da 50ª edição do Festival de Gramado, durante a coletiva de imprensa de seu filme. Delicado e comovente drama familiar que expõe em suas entrelinhas as fraturas da sociedade brasileira contemporânea, o filme do realizador mineiro é um dos exemplos mais bem acabados do tipo de cinema que conquistou corações, mentes e (muitos) prêmios na histórica edição de aniversário da mostra gaúcha, realizada em agosto: aquele que expõe, por meio da ficção, fragmentos de realidades absurdas, muitas vezes trágicas, mas que, por serem quase normalizadas no dia a dia, até inspiraram o riso nervoso, como bem lembrou Martins. O recorte dos longas-metragens da competição foi particularmente rico na forma de abordagem de temas urgentes. É o caso de “A mãe”, estreia do documentarista Cristiano Burlan na ficção, uma crônica do estado mental de uma mãe em busca...

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