O poder da reconstrução da memória no Gauchão do Festival 50º Festival de Cinema de Gramado, por Maria Caú
A seleção da competitiva de curtas-metragens gaúchos do Festival de Gramado, apelidada carinhosamente de “o Gauchão”, teve como destaque nesta 50ª edição os filmes de não ficção. Muito embora a seleção equilibrasse documentários e ficção (dos dezessete filmes selecionados, nove eram obras de não ficção, contra oito ficções), os documentários se revelaram mais potentes, apresentando propostas estéticas e narrativas mais ousadas. Quem acompanha os festivais nacionais tem notado há algum tempo que o documentário nacional, ao lado dos filmes de gênero híbrido, que caminham na linha tênue entre o documentário e a ficção, vem afirmando sua capacidade de reinvenção constante. Talvez porque hoje em dia, num Brasil de extremos, a necessidade de investigar o real se faz premente, assim como o desejo de resgatar a memória e revisitar o passado para compreender um presente opressor e imaginar futuros possíveis. Desse modo, o documentário surge como o caminho fértil que jovens cineastas escolhem trilhar para ajudar a reconstruir o cenário em ruínas da arte independe brasileira. E o que é...
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