Perpétuo (2018), Lorran Dias
por Juliana Costa Em algum momento do filme Perpétuo (2018), de Lorran Dias, exibido na Edição Especial da Ohun – Mostra de Cinema Negro de Pelotas, abre-se uma cortina. Após o sobrevôo do olhar identificar entidades em meio às ruínas de um casarão, um corte revela uma personagem, também entidade em cena anterior, abrir dois lençóis a emoldurar um homem e uma mulher conversando em uma cena doméstica. É nesta construção que Perpétuo nos insere ao longo de seus 24 minutos: na encenação do cotidiano. Construção também parece ser a palavra exata. O filme se passa em parte em uma casa em construção, em direção ao futuro, enquanto um outro mundo, localizado no passado provavelmente, se pronuncia em meio a ruínas. Não sabemos o quanto um interfere no outro, mas sabemos como a encenação do dia a dia interfere naqueles personagens e mais, na própria percepção do diretor. O filme vai ficando cada vez mais explícito nas suas construções de cena. Uma dupla de amigos troca carinho sob a...
Leia Mais