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Publicado por em abr 28, 2018 em Artigos |

Zama é obra realista

Por Chico Izidro, especial para o site da Accirs

Cineasta de produção esparsa, apenas quatro filmes em 16 anos, a argentina Lucrecia Martel lança o épico Zama (Zama), produção multinacional da qual faz parte também o Brasil. O longa tem como palco o final do Século XVIII, na América do Sul, onde Don Diego de Zama (Daniel Giménez Cacho), oficial da Coroa Espanhola, está lotado em uma cidadezinha do interior argentino, mas querendo transferência para Buenos Aires. 

Lucrecia Martel dirige Zama

Lucrecia Martel dirige Zama

A diretora mostra, com incrível reconstituição de época, aquele período turbulento, com negros escravos, índios discriminados e selvagens, mas para defender seu território – é mostrada uma forte cena, onde os indígenas emboscam soldados brancos em um banhado. Zama espera a sua transferência com paciência, mas os anos passam e nada acontece. Até que um dia surge a oportunidade de chamar a atenção da Coroa, unindo-se a um grupo de soldados que tenta capturar um perigoso bandido, Vicuña Porto, vivido por Matheus Nachtergaele. 

Lucrecia Martel realiza, enfim, um filme que tenta mostrar a força do período colonial na América Latina, mas mostrando também a intrepidez de homens que não tinham medo em desbravar um continente ainda desconhecido, mas ainda rico – seria ao longo do tempo depenado pelos colonizadores. Uma obra muito realista.