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Publicado por em set 2, 2019 em Artigos |

Os pássaros de Massachussetts

Os pássaros de Massachussetts

Por Giordano Gio É curioso como às vezes um detalhe estético que outro nos faz girar uma chave no processo de codificação daquilo que vemos na tela, no, para alguns, inevitável vício de posicionar a obra dentro desta ou daquela tradição.  Um determinado tipo zoom ou corte em Bacurau talvez nos afaste de Glauber e nos aproxime de Peckinpah e Carpenter; o uso de Tina Turner em Pacarrete dá um duplo twist carpado em cima do melodrama farsesco que desenha até então.  No caso dessa pequena pérola portoalegrense, o uso de uma trilha que reconheci como a música-tema da Fonte das Fadas nos jogos de Zelda.  Até então, a mente inadvertidamente passeava por uma sensação que remetia à Nouvelle Vague ou ao Mumblecore por questões que hoje, de tão amplas e transmutadas na história do cinema, já não necessariamente se conectam diretamente a essas tendências, ainda que as tenham em sua genealogia.  Digo isso pois o intertexto com o universo dos videogames me fez passar a perceber os “recortes”...

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Publicado por em set 2, 2019 em Artigos |

Linchamentos virtuais e reais na pauta de “O Homem Cordial”

Linchamentos virtuais e reais na pauta de “O Homem Cordial”

Por Adriana Androvandi O diretor Iberê Carvalho (DF) retornou ao Festival de Cinema de Gramado com o drama O Homem Cordial, que saiu da edição 2019 com dois kikitos: Melhor Ator para Paulo Miklos e Melhor Trilha Sonora assinada por Sascha Kratzer. Iberê já havia participado do Festival de Gramado em 2015 com O Último Cine Drive-In, de onde saiu com quatro estatuetas: Melhor Ator, Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor Direção de Arte e ainda o prêmio do Júri da Crítica. A exibição de O Homem Cordial abriu a mostra competitiva de longas-metragens brasileiros, na primeira noite do evento. Este drama é protagonizado por Paulo Miklos como um músico veterano, Aurélio Sá. A sinopse acompanha este músico, que certo dia tenta defender um jovem afrodescendente que é acusado de ladrão e começa a ser alvo de agressões em uma rua, apesar da falta de provas. O episódio é gravado em vídeo por transeuntes que presenciaram o fato. Mas o garoto, assustado, foge correndo e sai do campo de visão do...

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Publicado por em set 2, 2019 em Artigos |

O paradoxo de “Raia 4”

O paradoxo de “Raia 4”

Por Ivonete Pinto Há quem tenha achado “gauchice” o júri da crítica ter premiado Raia 4 na 47ª edição do Festival de Cinema de Gramado. O festival é gaúcho, o  júri é organizado por gaúchos, mas apenas dois dos cinco jurados eram do Rio Grande do Sul (havia até um chileno no grupo). A produção assinada  por Emiliano Cunha também foi premiada com kikitos de  Melhor Fotografia e  Melhor Longa-Metragem da Mostra Gaúcha. A discussão quanto a um eventual favoritismo  ficou deslocada, pois o que importa num possível questionamento é entender por que Raia 4 ganhou o prêmio da crítica e não o Pacarrete  (Allan Deberton, 2019), o filme  mais celebrado da edição e que efetivamente levou oito  prêmios, entre eles o  do júri oficial e do júri popular. Um dos critérios que costuma nortear as decisões dos júris da crítica é levar em conta o investimento  em linguagem e  a presença de uma estética em sintonia com um cinema contemporâneo arrojado, onde o risco é inerente. A crítica...

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Publicado por em ago 28, 2019 em Notícias |

Trajetórias do cinema moderno no Clube de Leitura Capitólio

Trajetórias do cinema moderno no Clube de Leitura Capitólio

Escrito no prolongamento dos debates sobre os cinemas novos dos anos 60 em Porto Alegre, o livro do crítico Enéas de Souza dá continuidade ao ciclo de leituras promovido pela Cinemateca Capitólio Petrobras, com apoio da Accirs. Neste sábado, dia 30 de agosto, a partir das 10h, o livro será apresentado por Danilo Fantinel, associado da Accirs, doutorando no PPGCom da Ufrgs, que irá falar sobre o contexto histórico e as circunstâncias do lançamento da obra, no início dos anos 70. Edição de 1974 Enéas de Souza faz parte da geração de críticos inquieta e brilhante que moldou a cultura cinematográfica porto-alegrense a partir da década de 60. Em torno da figura de P. F. Gastal, nas páginas dos jornais, nas sessões do Clube de Cinema, nas salas de exibição e nos cafés se fez um debate apaixonado sobre cinema. Vindo da filosofia, Enéas expressou aquela cinefilia num pensamento de rara profundidade sobre o cinema. Tendo desenvolvido carreira profissional na área de economia, Enéas também é psicanalista, um dos...

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Publicado por em ago 26, 2019 em Notícias |

Premiados pela crítica no 47º Festival de Cinema de Gramado

Premiados pela crítica no 47º Festival de Cinema de Gramado

Após uma semana de exibições, debates, lançamentos e protestos, chegou ao fim a 47ª edição do Festival de Cinema de Gramado. O encerramento aconteceu na noite de sábado (24.08), com a entrega dos Kikitos para os melhores trabalhos, incluindo as escolhas do Júri da Crítica. Raia 4, de Emiliano Cunha, foi eleito pela crítica como Melhor Longa-metragem Brasileiro “pelo rigor formal na condução narrativa, explorando o tempo fílmico com seus silêncios para moldar uma protagonista incomum e desafiadora”. Já o costarriquenho El despertar de las hormigas, de Antonella Sudasassi Furnis, foi escolhido o Melhor Longa-metragem Latino em função de sua “economia narrativa e sem concessões estilísticas para abordar um tema incontornável no que tange a autonomia do corpo feminino”. “Por sua consistência e convicção ao revisar um conflito íntimo e social, sem recair no maniqueísmo”, o filme Marie, do pernabucano Leo Tabosa, é o Melhor Curta-metragem Brasileiro. O Júri da Crítica do 47° Festival de Gramado/Accirs-Abraccine foi composto pelos críticos do Rio Grande do Sul André Kleinert e Willian...

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