Os pássaros de Massachussetts
Por Giordano Gio É curioso como às vezes um detalhe estético que outro nos faz girar uma chave no processo de codificação daquilo que vemos na tela, no, para alguns, inevitável vício de posicionar a obra dentro desta ou daquela tradição. Um determinado tipo zoom ou corte em Bacurau talvez nos afaste de Glauber e nos aproxime de Peckinpah e Carpenter; o uso de Tina Turner em Pacarrete dá um duplo twist carpado em cima do melodrama farsesco que desenha até então. No caso dessa pequena pérola portoalegrense, o uso de uma trilha que reconheci como a música-tema da Fonte das Fadas nos jogos de Zelda. Até então, a mente inadvertidamente passeava por uma sensação que remetia à Nouvelle Vague ou ao Mumblecore por questões que hoje, de tão amplas e transmutadas na história do cinema, já não necessariamente se conectam diretamente a essas tendências, ainda que as tenham em sua genealogia. Digo isso pois o intertexto com o universo dos videogames me fez passar a perceber os “recortes”...
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