Cinemateca(s) sob ataque
Artigo de Marcus Mello publicado originalmente no site Roger Lerina em 05 agosto 2021 Entre as inúmeras declarações, artigos e notas de repúdio divulgadas desde a última quinta-feira, 29 de julho, quando assistimos atônitos a um dos galpões da Cinemateca Brasileira (localizado na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo) ser consumido pelo fogo, poucas foram tão certeiras quanto o desabafo do cineasta mineiro Affonso Uchoa, de A Vizinhança do Tigre e Arábia, que publicou em suas redes sociais: “Demorou quase um ano, mas Bolsonaro e Mário Frias conseguiram o que queriam: a Cinemateca Brasileira arde em chamas e o patrimônio audiovisual brasileiro corre risco de destruição. (…) É só mais um capítulo de um projeto de destruição que, mesmo aos tropeços, segue bem sucedido. Assistimos bestificados ao país se desmanchar em slow motion. O futuro do Brasil é o deserto: essa gente não quer um país, quer um lote para fincar novos empreendimentos”. Como os próprios fatos denunciam, e a declaração de Uchoa bem sintetiza, não se trata de um “acidente” ou mesmo de “uma...
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